Na tarde desta segunda-feira (29), mais de 1.500 trabalhadores rurais estão em frente aos portões da Usina Central de Barreiros, situada em Barreiros/PE. Eles tentam impedir a saída do material do Parque Fabril para Goiás, autorizado na sexta-feira (26) pela Justiça.Os trabalhadores sentem-se prejudicados com a venda e argumentam que o valor total do patrimônio é estimado em R$ 5 milhões, quando é vendido por questionáveis R$ 390 mil. Esse dinheiro será para o pagamento de dívidas trabalhistas e, por isso, eles se sentem ameaçados.A mobilização não tem prazo para terminar. Segundo o presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais na região, Amaro Biá, eles permanecerão acampados ?até que se faça Justiça?. O clima é de muita tensão.Entenda o casoEm meados de novembro de 2006, uma decisão judicial autorizou a venda do parque por R$ 390 mil, quando já existia oferta, seguida de depósito de mais de um milhão por esse mesmo material. Em seguida, outra empresa reforçou a proposta e ofereceu R$ 2,5 milhão. Alertado, o Ministério Público entrou com ação para anulação do processo. Entretanto, apesar da diferença gritante, há cerca de 20 dias um novo desembargador entrou com uma liminar ratificando a decisão anterior (de R$ 390 mil). Na ocasião, os trabalhadores se organizaram para impedir que o comprador retirasse as peças do local, inclusive os 27 caminhões. Os trabalhadores só souberam da decisão extra-oficialmente e já se mobilizam para impedir que o arrematador tenha acesso ao parque fabril da usina.Porém, na madrugada na dia 25 de janeiro, o juiz Ossama Eber Narita, voltou atrás e resolveu atender ao pedido do arrematador dos bens da massa falida da Usina Central Barreiros. A decisão ocorreu seis dias após a própria decisão de destituí-lo da condição de depositário fiel do patrimônio, tendo ordenado e tornado pública inclusive a devolução do que já houvera sido retirado, num prazo de 72 horas, sob pena de multa.
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