Margaridas precisam de sol e, muitas vezes, no inverno, ficam dormentes, voltando a florescer na primavera. Esta afirmativa refere-se às flores, não às mulheres. A 5ª Marcha das Margaridas, que vai ocorrer nos dias 11 e12 de agosto, em Brasília, em pleno inverno no Hemisfério Sul – a agenda começa no dia 11, mas a marcha em si é no dia 12 – vem sendo preparada há quase dois anos, segundo a coordenadora de mulheres da Fetag, Inque Schneider.
Desde o início de 2014, na retomada das reuniões da Comissão Estadual de Mulheres, o tema tem sido pano de fundo de todos os encontros. De lá para cá, seja em Brasília ou no interior do Estado, e ainda no vizinho estado de Santa Catarina para “afinar” o discurso da Região Sul do país, as margaridas estão em marcha. Inque vai mais longe e acrescenta que as margaridas “permanecem em marcha, até que todas sejam livres”.
As principais reivindicações, curiosamente, estão nos versos do Canto da Margaridas, de 2003, com música e letra deLoucas de Pedra Lilás. “Terra sadia pra lucrar,saúde antes de adoecer,punição para quem abusa do bastão”estão nas estrofes e na pauta elencada por Inque: a luta pela terra, em especial as questões agrárias pendentes no Estado; a saúde; o combate à violência, tendo em vista que “parecemos um povo manso, mas o Rio Grande do Sul é um dos campeões em violência, inclusive no meio rural” e; a educação do campo.
A dirigente conta que, além das inúmeras reuniões das comissões nacional e estadual de mulheres, a caravana das margaridas percorreu as 23 regionais sindicais da Fetag, chegando ao número aproximado de 1.700 mulheres, e discutiu o papel feminino no MSTTR. À pauta que foi entregue à presidente Dilma Rousseff em3 de julhoainda foram acrescentadas as proposições unificadas da Região Sul – Florianópolis sediou, na semana do dia22 de junho, a Jornada das Margaridas, quando a delegação gaúcha foi composta por 32 mulheres.
A importância da participação das mulheres ao longo dos anos é proporcional à quantidade de políticas públicas específicas. A marcha de 2011 reuniu cerca de 70 mil mulheres e a expectativa é de superar essa marca. Das edições anteriores, Inque recorda os programas específicos de saúde da mulher; o Pronaf Mulher que, apesar de ser uma conquista histórica da marcha, esbarra em muitas dificuldades na prática e; as unidades móveis que divulgam a Lei Maria da Penha e combatem a violência. As trabalhadoras rurais gaúchas estão mobilizadas, diz Inque, que assegura a presença de 500 mulheres em Brasília. Ela conta que algumas regionais vão fazer o deslocamento de ônibus, enquanto outras optaram pelo transporte aéreo. O certo é que agosto é época de margaridas em Brasília.
FONTE: Assessoria de Comunicação FETARS - Izabel Rachelle