Para debater temas, como: violência contra as mulheres e jovens; participação das mulheres na construção da democracia e respeito pelos direitos humanos; as feministas e os feminismos; fortalecimento dos coletivos de mulheres rurais em defesa da natureza e da vida; entre outros temas, a secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas, participa até sábado(15), do 10º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, em Maputo, Moçambique, juntamente com 120 companheiras de 35 países, das 5 regiões do mundo. Uma oportunidade de encontro e fortalecimento das mulheres rurais e da Rede Margaridas do Mundo.
O 10º Encontro Internacional também é um espaço estratégico para avaliar a 4ª Ação Internacional realizada em 2015; a organização da MMM e as perspectivas para fortalecimento do movimento a nível nacional e regional; partilhar experiências sobre as alternativas que as mulheres desenvolvem para o enfrentamento dos desafios do contexto atual; eleger membros do Comitê Internacional e construir a agenda coletiva para o período 2017-2020.
Lei na íntegra a nota política do 10º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres
Reflexão e Debate
Apesar de todas lutas dos movimentos de mulheres ao longo destes anos, as mulheres e jovens ainda são forçadas a casar ainda crianças e traficadas para o trabalho forçado ou escravas de sexo. Algumas estão presas em conflitos onde a violação sexual é perpetrada como uma arma de guerra. Tem-lhes sido recusado o acesso à educação e ao desenvolvimento das suas capacidades. Por todo mundo, as mortes relacionadas com a gravidez e partos são bastantes elevadas, e as mulheres são privadas de fazerem suas escolhas ligadas a sua vida pessoal. A violência contra as mulheres continua sendo uma grande barreira para a participação efetiva das mulheres na vida política, econômica e social.
As mulheres são as mais ativas economicamente na África que em qualquer parte do mundo. Elas têm se dedicado mais as atividades agrícolas representando 70% da força laboral em muitos países. Contudo, as camponesas têm menos acesso aos meios essenciais para produção, tais como: terra, crédito, novas tecnologias e serviços de extensão. Apesar de baixa renda, elas são as responsáveis pelo sustento da família e seu bem-estar e têm ainda um papel de liderança nas suas comunidades. Por toda África as mulheres enfrentam barreiras para atingir o seu maior potencial, devido às práticas culturais nocivas, leis discriminatórias e elevado grau de segmentação do mercado. Eliminar as desigualdades de gênero através do empoderamento das mulheres pode aumentar o potencial produtivo de 1 bilhão de africanas(os) e alavancar o potencial de desenvolvimento do continente.
É reconhecido por todo mundo que investir na educação das mulheres, gera um efeito multiplicador, que possibilita a estas tornarem-se líderes na garantia do bem-estar das suas famílias e comunidades. Ao mesmo tempo, os problemas sociais que afetam as mulheres, tais como: a violência, práticas costumeiras nocivas, leis discriminatórias, trazem consequências negativas para seus filhos e comunidades.
Nós mulheres, somos chamadas a engajarmo-nos como movimento e sociedade civil para reivindicar os nossos direitos e questionar o modelo de desenvolvimento e o tipo de governação mais responsiva e inclusiva para todas e todos. Somos chamadas a apelar e a mediar pela paz em momentos de conflitos e a exigir o direito de viver num mundo sem violência. Somos chamadas a ocupar nossos espaços como cidadãs de iguais direitos que os homens com direitos a herança, a terra, ao trabalho e a participação política sem sermos questionadas ou impedidas pelas leis costumeiras.
Saiba mais: Marcha Mundial das Mulheres
A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento de mulheres em solidariedade internacional, lutando contra as causas da pobreza e violência contras as mulheres.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Barack Fernandes, com informações da Secretaria de Mulheres da CONTAG