A escolha do deputado Jilmar Tatto (PT/SP) para presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do MST e do senador governista Almeida Lima (PMDB/SE) para relator deve tornar o trabalho dos parlamentares mais democrático. Essa é a avaliação do presidente da Contag, Alberto Broch. Segundo o presidente, essa composição talvez ajude a fazer que a CPMI não se transforme como querem os que a requereram em palanque eleitoral ou em uma forma de criminalizar a reforma agrária acabando com a revisão dos índices de produtividade e com a agricultura familiar neste país. A criação da CPMI que tem a intenção de investigar supostas irregularidades em convênios do movimento dos trabalhadores rurais sem-terra e das entidades ligadas ao campo veio logo após a divulgação do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que denuncia a concentração fundiária no País. De acordo com a pesquisa, a atual concentração de terra no Brasil é praticamente a mesma de 1985. Em 2006, as propriedades de até dez hectares ocupavam menos de 2,7% da área destinada à agricultura, enquanto os estabelecimentos rurais com mais de mil hectares concentram 43% da terra. O secretário de Política Agrária da Contag, Willian Clementino, lembra que a reforma agrária fortalece a agricultura familiar. A reforma agrária é uma das portas para a agricultura familiar, e nós precisamos avançar nesse sentido, pois foi comprovado que nós, os agricultores familiares, é que temos a capacidade de fazer de fato o desenvolvimento que o Brasil precisa. Ainda de acordo com o Censo Agropecuário, mesmo ocupando apenas 24% da área cultivável do País, a agricultura familiar é responsável pela produção de 70% dos alimentos que compõem a cesta básica do brasileiro. FONTE: Iara Balduino, Agência Contag de Notícias