Durante a programação da Marcha das Margaridas, os trabalhadores (as) rurais participaram do lançamento da campanha permanente contra os agrotóxicos e pela vida. Durante o ato, foi apresentado parte do curta-metragem “O veneno está na mesa”, do cineasta Silvio Tendler.
De acordo com o documentário, o Brasil utiliza hoje 400 tipos de agrotóxicos registrados entre inseticidas, fungicidas e herbicidas. Cada brasileiro consome cerca de 5,2 litros de agrotóxicos por ano.
Na oportunidade, a coordenadora da Campanha e membro da Via Campesina, Rosângela Piovizani, elogiou a iniciativa da Contag em integrar-se ao projeto agroecológico e limpo defendidos na Campanha. “Para produzir alimentos tem de haver ética e compromisso com a vida. É muito importante essa campanha ser lançada na Marcha das Margaridas porque o impacto na saúde das mulheres é avassalador. A gente quer conscientizar nosso povo da importância do que está em jogo, que é a nossa saúde e a saúde da nossa terra”, disse Rosângela.
Ela informou que uma pesquisa da Universidade de Londrina (PR) apontou para a contaminação de 68% das amostras de leite materno.
A secretária de Meio Ambiente da Contag, Rosy dos Santos, lembrou a parceria no movimento sindical e da necessidade de priorizar o assunto. “Os agrotóxicos causam impacto muito grande na saúde do trabalhador (a) rural. Quantos morreram e estão doentes, mas nem sabem? Sem falar na nossa biodiversidade que está ameaçada. Precisamos trabalhar por uma agricultura sustentável que venha tratar com respeito e ética aos temas relacionados a nós”, disse.
“Temos de estar juntos e brigar para que o Brasil tenha uma regulamentação em torno do uso indiscriminado de agrotóxicos”, disse o secretário de Assalariados (as) Rurais da Contag, Antônio Lucas. Ele lembrou que já entregou à presidenta Dilma Rousseff uma série de medidas, como a proibição da pulverização aérea e a proibição de 13 produtos químicos que afetam a saúde do trabalhador, esta encaminhada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Também fizemos várias oficinas de saúde do trabalhador em parceria com o governo para que, ao chegar no Sistema Único de Saúde contaminado, ele possa ter acesso ao tratamento adequado e aos laudos médicos para providências cabíveis em caso de aposentadoria”, enfatizou o sindicalista.
Ele reclamou ainda da ausência de discussão de um novo modelo de agricultura que respeite os agricultores (as) familiares. “O governo tem que tomar providências quanto a isso. Que história é essa de um país que tem alta produtividade, mas também alta contaminação dos trabalhadores (as)? Precisamos sair com compromisso da presidenta Dilma de que o ministério da Agricultura também deve abrir espaço de discussão para tratar do problema”, endossou. FONTE: Agência Contag de Notícias - Danielle Santos